terça-feira, 25 de outubro de 2011

CITAÇÃO - Por papai...

Ele teve dificuldade em postar o comentário, o que foi bom. Pois achei que seu comentário merecia ser citado com maior espaço para ser, estar, e permanecer...

Obrigada pelos elogios, pai. Contigo aprendi a escrever no banheiro rss...
Lindo ensaio o seu também...

"Ah,
a correria...
cada vez mais corrida...
a vida...
cada dia mais ida...
o tempo...
a escorrer entre os dedos...
entre os passos...
entre os lábios...
entre o dito...
o não dito...
entre os dentes...
         zekarlus"

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DUROU POUCO, E JÁ ERA OUTRO DIA...

Quando viu, já estava de pé.
Mochila nas costas,
Casaco esquentando,
Passagem nas mãos...
Fechou os olhos e quando abriu, já estava trabalhando.
Algumas horas, blábláblá, e quando viu já era almoço.
Engoliu a comida, fez uma hora...
E sem perceber já estava de volta ao trabalho!
Mal pôs diários e livros na mesa
E quando viu, já estava saindo.
Mochila de novo nas costas,
Casaco esquentando pouco,
Passagem de novo nas mãos...
Fechou os olhos e quando abriu, já estava no primeiro ponto
Piscou, e olhou de novo
Já entrava no segundo ônibus.
Fechou de novo os olhos, abriu e olhou pela janela...
E quando viu, já era hora de descer.
Dali, mais alguns minutos...
E quando viu, já estava no portão dela.
Mochila ainda nas costas,
Casaco esquentando médio,
Sorriso nos lábios,
Cigarro nas mãos...
Piscou, e quando viu, já estava nos braços dela
Mochila agora no chão,
Casaco agora no chão,
Edredon esquentando muito,
E ela nas mãos...
Respirou, e quando viu já estava dormindo.
E quando viu novamente, já havia acordado!
Piscou os olhos e já estava de pé.
Mochila de novo nas costas,
Casaco esquentando normal,
"nos vemos mais tarde?" nos lábios,
e cigarro e moedas nas mãos.

O dia passa muito rápido,
Quando tudo que se quer é estar junto...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DEIXE EM CASA O QUE NÃO PRECISA

       O celular ao despertar lhe causou enorme susto. Nunca gostou de sustos. Abriu os olhos num pulo e acionou a soneca. Mais cinco minutos, e se encaixou de novo no abraço dele. Cinco minutos depois despertava novamente em outro pulo. Levantou-se então da cama e foi para o banho. Já no banho sentiu falta de algo, mas ainda com sono não soube identificar o que. Whatever... a medida que fosse despertando do seu momentaneo estado de zumbi, identificaria aos poucos o que lhe faltava... Voltou para o quarto para se arrumar apressada. Um beijo nele : "bom dia". Outro beijo com a frase corriqueira: "estou atrasada..." "de novo..." ele deve ter pensado... Vestiu-se rapidamente, catou tudo que precisava. Celular... carregador... esparadrapo (pudera,sapatos de salto às vezes machucam...). Uma olhada ao redor... sentia como se estivesse esquecendo alguma coisa... Mais uma olhada no espelho... mais uma olhada dentro da bolsa... volta ao quarto que não é seu enquanto ele tira o carro da garagem. "Está faltando alguma coisa..." pensa novamente, enquanto procura olhando de novo ao redor. Entrega ao acaso, resolve ir embora... Carona até o ponto de ônibus. Mais alguns beijos nele, e uma rápida olhada no carro... "está procurando algo?" "Pois é, não sei bem... sinto que estou esquecendo alguma coisa..." Pega e ônibus e ruma para o trabalho.
       Chegando ao trabalho, normal. Bom dia sorridente a todos, pão na chapa na mão. Não identifica o que falta ainda. Executa algumas tarefas, sente-se mais leve e tal. Mas eis que por volta da metade da manhã... meio que como um soluço, um solavanco, um sobressalto, ela percebe o que lhe falta. Percebe quase que surpresa. Na verdade, surpresa de fato... percebe e diz a si mesma chocada: "meu deus (não que seja religiosa), estou sem dor de cabeça..." Para, dá uma respirada e se concentra nas sensações do crânio. Seria possível?? Depois de 17 dias aguda, direto, sem parar, a dor teria lhe dado uma trégua?? Se concentra no crânio de novo enquanto todos a sua volta gritam. Não dói... nenhuma dor... nada... quer dizer... uma ou 2 fisgadinhas tímidas de tempos em tempos, mas de fato... nada agudo...nada queima... nada... Com imensa estranheza constata que era a dor que lhe faltava. Era a dor que estava "esquecendo"... Sentiu-se de repente tão bem... o bom humor que já lhe era de costume estava em maior tamanho nessa manhã, era verdade... Mas não havia a sequer atribuído ao fato de estar ainda mais bem humorada por estar na verdade mais aliviada. Que estranho identificar que um mal estar possa, devido a sua constância, se tornar quase que um companheiro... um pertence... a ponto de pensar que ao sair sem dor, que estaria esquecendo alguma coisa!
       Desfranziu a testa concentrada para dar mais lugar a suavidade. Acariciou levemente a testa, para não pressionar nada... Certificou-se...Relaxou os músculos da face... Mexeu nos cabelos com calma... Soltou-os para ficar ainda mais leve...Revolveu não lutar contra nada. Não se contrariar com nada que ouvia. Não se aborrecer com nenhum fator externo. Não se cansar com nenhuma gritaria. E ficou feliz ao ver que funciona. A abstração em graus leves, ainda funciona! Olhou para dentro de si, procurou seus melhores sentimentos. Suas melhores ações. Seu melhor sorriso. Vestiu de leveza seu rosto e pegou o celular para ligar para ele. Estava feliz e pôde dizer sorrindo: "descobri o que estava faltando... estou sem dor de cabeça..."

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O TEXTO MAIS HONESTO

      Pensei semana passada no que seria para mim o meu texto mais honesto. Não dá para ser honesta e deixar de falar de si... No meu texto mais honesto creio que eu me desfaleça e me desfaça. Me descreveria? Talvez... afinal, é o meu texto mais honesto...
       No meu texto mais honesto inicio então admitindo: minha cabeça derrete várias vezes ao dia. Queima, arde, e dói, e me confunde às vezes. Por ser meu texto mais honesto posso seguir reconhecendo que se muitas vezes me perco, me perco porquê tenho chamas na mente. E que não reclamar disso não é nenhum ato nobre. É apenas protocolo. Sendo um texto tão honesto posso então dizer que minha vontade é gritar ao mundo todo o quanto me derrete a mente de minutos em minutos...e que por conta disso, me vazam os pensamentos em gotas quentes pelos ouvidos eventualmente... E admitir que isso - também eventualmente, consideremos -  faz com que eu me sinta meio triste.
       No meu texto mais honesto talvez eu também deva dizer que pouco do dia-dia me agrada. Mas que também (ora pois, pudera!) são as coisas mais simples que me deixam feliz. Posso seguir admitindo, que sou mais sensível do que pareço. E que (ainda honestamente, claro), quebro muitas vezes a sensibilidade com meu trator sentimental desengonçado. Que tenho a boca cheia de palavras pesadas e desorganizadas... porém o coração cheio de boas intenções. Mas, sem problemas! Claro! Afinal, redundante ou não, é meu texto mais honesto!
       No meu texto mais honesto faço para descansar uma pausa... paro e penso... Me volto para mim mesma e... estranho... me vejo tão menina... Retomo então meu texto mais honesto me dedicando a contar que gosto de picolé depois do almoço, que ainda conto os dias para assistir a uma banda que amo como na adolescência...que quartos totalmente escuros me dão falta de ar, que as cobranças constantes me sufocam ao extremo.
Que sinto falta de fazer a mochila e sumir ocasionalmente...
Que mesmo sabendo nadar, não nado em mar aberto - embora quisesse, admito em segredo...
E que preferia ser menos caxias.
E que me admiro às vezes por ser tão caxias.
E que - que droga! -  nem sempre encontro o equilíbrio entre ser ou não caxias.
Que gosto de livros densos, que aprecio música exótica e intensa...
E que tenho medos e angústias que não identifico a procedência.
E pesadelos os quais não identifico também.
       É meu texto mais honesto, e então posso dizer que não tenho um sonho específico. Uma ambição? Um desejo? Uma meta? Não tenho...nenhuma grande vontade a não ser viajar e conhecer lugares... E que por mais que pense e repense, apenas digo honestamente que em muito não me encaixo. Mas que também não saberia apontar para onde eu iria me encaixar.
Que temo os futuros resultados da exaustão diária...
E que o cansaço mental e físico me mutila a alma...
É meu texto mais honesto né... então apenas sigo admitindo.
Admito então que sou tão pequena...
Admito então que sou apenas, humana...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SAMBA E AMOR

Samba e Amor

Chico Buarque

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão

Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PRESENTE... AUSENTE...

Pousada serena sobre a cadeira...
Cotovelos na mesa... pensante... concentrada...
Dispersa, diriam os outros.
Concentrada, diz a si mesma...
Concentrada, repete a si mesma...
Concentrada, engana a si mesma...

Vagam os pensamentos, sim, é verdade
Que importa? São seus!
Por minutos apenas, que vaguem!
O corpo presente às vezes requer alma ausente
A alma ausente por vezes salva o corpo presente.
De corpo presente... Com rugas na testa
A mente plainando sem rumo... ausente.
Semáforos piscando em verde, suaves.

E seus pensamentos??
Pois então... São livres!
Em essência ou não, que vaguem!
E o resto, ora pois...
O triste resto...
O chato resto...
O entediante resto...
Que fique para depois.
Os pensamentos são seus.
São meus.
Então que vaguem...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ANGUSTIANTE RECOMEÇO SEMANAL

Segunda-feira... merecia esse texto novamente, não??


      Das espectativas para uma segunda-feira pode-se dizer categoricamente que o que se tira em geral é uma espécie de  inquietude que rasga por dentro. A sensação da volta a rotina que te faz ser cuspido da cama num horário que não lhe é o natural, para efetuar tarefas que muitas vezes não lhe são agradáveis, conviver com pessoas que ocasionalmente não lhe são simpáticas... A violência diária a qual somos sujeitados já no despertar matinal.  A tortura cotidiana que te massacra aos poucos, te tira a leveza e te faz questionar-se exaustivamente. A necessidade de adaptar-se, adequar-se ao meio, podar-se em função de um coletivo ao qual internamente nem sempre nos consideramos sequer parte complementar. Mas que ainda assim, na busca pela constante adaptação, nos forçamos a nos regrar. Nós próprios, carrascos de nós mesmos. Nos violentando em prol do "todo", quase que consenso universal. Sendo eventualmente ou geralmente regra geral. Nos mutilando mentalmente... mesmo que em alma jamais nos dobremos.
Afinal, há que se ter ao menos um plano onde possamos nos considerar intactos.

Texto postado anteriormente por mim em Coma Anárquico e "importado" para cá porque o dia estava propicio... rs

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RECICLANDO ROUPA VELHA PARA FALAR DE AMOR...

Estava a pensar pela manhã sobre o amor e suas fragmentações e escudos... na verdade, o pensamento me veio a mente após a leitura de um texto de Fernando Pessoa que me fora carinhosamente enviado... o amor e suas mil faces... seu romantismo místico, sua configuração simples... suas enganações idealizadoras e/ou seu aspecto real e objetivo. Pólos opostos, conflitantes e conceitos válidos, que mostram ser possível a existência de explicação mental para o que cobre e envolve o sentimental... o uso da razão para explicar emoções sempre me atraiu muito. Acho extremamente intrigante...

“… a principal condição para realização do amor é a superação do narcisismo. A orientação narcisista é aquela em que só se experimenta como real o que existe dentro da pessoa, ao passo que os fenômenos do mundo exterior não têm realidade em si mesmos, mas são experimentados somente do ponto de vista de serem úteis ou perigosos. O pólo oposto ao narcisismo é a objetividade; é a faculdade de ver pessoas e coisas tais como são, objetivamente, e a capacidade de separar esta imagem objetiva de uma imagem formada pelos desejos e temores que se tenham. Todas as formas de psicose mostram a incapacidade de ser objetivo, em extremo grau. Para a pessoa insana, a única realidade que existe está dentro dela, é a de seus temores e desejos”.( Erich Fromm e o livro "A Arte de Amar")

Aos que julgam frios os que apenas se intitulam objetivos, um interessante conceito... o julgamento de frieza viria então do medo? Na certa, da falta de objetividade ao encarar o outro não como o que realmente é, mas como se desejaria que ele fosse. Me pergunto por que tanto medo de defeitos alheios, se somos pois todos bem e mal, bonito e feio, qualidades e defeitos, yin e yang?? O medo de encarar o outro viria então do medo de encararmos a nós próprios?
E dando sequência:

"...O amor só é possível se duas pessoas se comunicam mutuamente a partir do centro de suas existências e, portanto, se cada uma se experimenta a partir do centro de sua própria existência. Só nesta "experiência central" existe realidade humana, só aí há vivacidade, só ai está a base do amor. Assim experimentado, o amor é um desafio constante; não é um lugar de repouso, mas é mover-se, crescer, trabalhar juntamente; haja harmonia ou conflito, alegria ou tristeza, isso é secundário em relação ao fato fundamental de que duas pessoas se experimentam mutuamente a partir da essência de sua existência, que são uma com a outra por serem uma consigo mesmas, em vez de fugir de si mesmas. Só há uma prova da presença do amor: a profundidade da relação e a vivacidade e o vigor em cada pessoa envolvida; este é o fruto pelo qual o amor é reconhecido..." (Erich Fromm e o livro "A Arte de Amar")

Portanto, antes de se "querer" amar há  primeiro que se conhecer a si mesmo em essência. O que é o maior complicador partindo-se do princípio de que o que ocorre na maioria das vezes é que as pessoas de fato não se conhecem... Penso então que seguindo a lógica de Erich Fromm, desprender-se e perder o medo de si próprio seriam então a forma mais ampla de se conseguir amar de dentro para fora, sem narcisismos, quebra e mudança de realidades, e endeusamento da pessoa amada  no intuito de não cair na armadilha de fundar-se não no que a pessoa é de fato, mas no que se desejaria que ela fosse.


Texto postado por mim anteriormente em Coma Anárquico, e reciclado para o Imersão Voluntária. Quem já comentou, comente de novo... rs

segunda-feira, 25 de julho de 2011

RASGANDO INGRESSOS PARA O SANATÓRIO GERAL

Mal estar,
Calafrios,
Enjoo continuo, tremedeiras, tensão muscular
Enxaqueca, bruxismo...
De
   ses
      pe
         ro
_ Tudo indica que é decorrente de estresse - escuta com atenção e expressiva ruga na testa.
Usam jalecos e possuem pranchetas,
Devem saber o que dizem.
_ Aconselho que procure um psiquiatra...
O encaminhamento é feito, de forma simples.
Papel, caneta, carimbo
Dizeres que podem mudar uma vida.
Remédios?
Não sei... talvez não hoje...
Olha o papel,
Re-lê os dizeres...
Mas se sente-se novamente tão bem! Não entende o porquê...
Dobra o papel.
Guarda o papel.
Na verdade, ignora o papel...
Homeopatia, florais, chás, desenhos, mandalas
Volta ao que pensa ser melhor opção.
Imagina que podem ajudá-la a manter-se sadia e sã.
O problema, é que não sabe de fato até quando...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Drops...

     Reparei que ando mais feminina... a sensibilidade tem me feito bem. Sensibilidade mesmo que na força... suavidade ainda que com garra... Serenidade em tons de azul... Derramando sobre meus olhos suaves cores em dégradé... Ser mulher é ter a alma colorida... e colorida olho-me para dentro, e me sinto feliz...

"O Amor...
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"

Cecília Meireles

Bom dia Cecília... fazia tempo que não nos víamos... você também já acordou um dia se sentindo levemente... mais mulher?

terça-feira, 14 de junho de 2011

A ALVORADA DO AMOR

- Li um poema do livro que você me deu, que me lembrou você...
- É mesmo? Qual o nome?
- A Alvorada do Amor, de Olavo Bilac...
- Vou procurar para ler. Fiquei curiosa...

...  ela lê o poema, se arrepia e fica totalmente sem palavras ...

A ALVORADA DO AMOR
Olavo Bilac

Um horror, grande e mudo, um silêncio profundo
No dia do Pecado amortalhava o mundo.
E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo
Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo,
Disse:

Chega-te a mim! entra no meu amor,
E e à minha carne entrega a tua carne em flor!
Preme contra o meu peito o teu seio agitado,
E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
Abençôo o teu crime, acolho o teu desgôsto,
Bebo-te, de uma em uma, as lágrimas do rosto!

Vê tudo nos repele! a tôda a criação
Sacode o mesmo horror e a mesma indignação...
A cólera de Deus torce as árvores, cresta
Como um tufão de fogo o seio da floresta,
Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios;
As estrêlas estão cheias de calefrios;
Ruge soturno o mar; turva-se hediondo o céu...

Vamos! que importa Deus? Desata, como um véu,
Sôbre a tua nudez a cabeleira! Vamos!
Arda em chamas o chão; rasguem-te a pele os ramos;
Morda-te o corpo o sol; injuriem-te os ninhos;
Surjam feras a uivar de todos os caminhos;
E, vendo-te a sangrar das urzes através,
Se amaranhem no chão as serpes aos teus pés...
Que importa? o Amor, botão apenas entreaberto,
Ilumina o degrêdo e perfuma o deserto!
Amo-te! sou feliz! porque, do Éden perdido,
Levo tudo, levando o teu corpo querido!

Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar:
Tudo renascerá cantando ao teu olhar,
Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,
Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas!
Rosas te brotarão da bôca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
E se, em tôrno ao teu corpo encantador e nú,
Tudo morrer, que importa? A natureza és tu,
Agora que és mulher, agora que pecaste!
Ah! bendito o momento em que me revelaste
O amor com teu pecado, e a vida com o teu crime!
Porque, livre de Deus, redimido e sublime,
Homem fico na terra, luz dos olhos teus,
Terra, melhor que o Céu! homem maior que Deus!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A ALMA BUSCADA

Quando peso os prós e os contras
das coisas que meu amor encontra
uma boca curva, um punho de fogo
um cenho interrogativo, um belo jogo
de palavras tão batido quanto o pecado
uma orelha pontuda, um queixo rachado
membros longos, agudos e olhos oblíquos
nem frios, nem meigos, nem escurecidos
Quando então pondero usando a razão
nas superficialidades que satisfazem meu coração
sou surpreendida com tal banalidade
me maravilho com a minha normalidade.


Dorothy Parker

terça-feira, 31 de maio de 2011

PARDALZINHA

Hoje acordei com pensamentos de gaiola...
Enjaulados,
Trancafiados,
Acorrentados... com cadeados.

De alma pesada, buscando o ar...
Asfixiando-me em sentimentos.

Com asas quebradas,
Pulando tensa...
Tentando voar...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ME CONDENO A ME EXIGIR

O quanto se exige?
Difícil saber...
Acertar...
Se exigir?
Se adequar...
É se exigir?
Se cobrar...
É se exigir.
À todos alegrar...
É se exigir??

O quanto se exige?
Complicado medir...
Não mentir...
Se exigir?
Sempre agir...
É se exigir?
Se doar...
É se exigir?
Se esgotar...
Por se exigir??

Carrascos de nós mesmos?
Confuso pensar...
Por buscar a perfeição no ato de se dar
E se ver tão exaurido, por se auto-criticar?
E por selecionar o que irá proporcionar...
É tirar a naturalidade do quanto se pode mergulhar?

O quanto se exige?
Com máscara ou sem?
Dificil saber, pensar, ou medir...
Quando se acha que o natural
É viver em beleza
Mas superficialmente... sem de fato se fundir.
Ou julgar superficial já não seria então
A dura exigência interna, já que já há emoção??

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ME CHAMO ANSIEDADE

Olá, me chamo Ansiedade.
Sou as vezes bonita, as vezes feia. Sinto-me bem e sinto-me mal.
Sou um pouco confusa as vezes...
Sim, me chamo Ansiedade.

As vezes me consumo, as vezes me "sobro". Sinto-me correndo e sinto-me parada.
Sou um pouco instável as vezes...
Me chamo Ansiedade.

Mordo os cantos da boca, balanço as pernas,
Suo frio se há novidade.
Sou um pouco insconstante as vezes...
Me chamo Ansiedade.

Substituo chá por cafeína,
Me descompasso, perco o ar, me vejo fria.
Penso e me desespero, fico louca, não espero...
Mas que droga... me chamo Ansiedade.

Aquela que não aguarda, aquela que não nega
Aquela que te agita, te tortura e em geral te entrega.
Aquela que te acusa, te maltrata e te agride,
Que te tira o chão e te leva a serenidade.
É, é uma droga mesmo, mas sou eu...
Muito prazer, eu sou toda Ansiedade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

UM TCHAU PARA A REDOMA

      Estava coberta por uma redoma, como a rosa do Pequeno Príncipe que vivia dentro do vidro. Era seguro e delicado lá dentro. De lá ela via o mundo por outros olhos. Por olhos limitados e pensamentos inocentes, com sua pequena alma de flor singela e pura. Ocorre que por motivos naturais, a redoma foi ficando pequena demais... Ela foi tomando espaço, aumentando de tamanho mais e mais, tanto e tanto que chegou a conclusão de que o mundo em que estava vivendo estava pequeno demais para si. Com um impulso, vestiu-se de coragem e quebrou os vidros. Rompeu as paredes sem perceber que desta forma simbolicamente rompia e ultrapassava limites. Tirou cuidadosamente as amarras para, com a cara serena e o olhar franco, jogar-se ao mundo. Estava pronta. Não mais precisava de apoios, muletas, amparos. Estava preparada para encarar o mundo de pé. Preparada para olhar-se frente ao espelho, cara-a-cara com si própria, e sem medo algum, sorrir.
      Ao livrar-se das amarras e quebrar a redoma, sutilmente mudou a configuração da sua vida. Iniciou ali sem sequer perceber, um novo ciclo. Sentia o peito palpitar, saltar, sem se dar conta de que o que vinha de dentro era o gosto pelas novas espectativas. Que poderá e deverá senti-lo sem culpa alguma. Dava um passo para uma nova etapa. Agora, mais consciente de si mesma do que nunca. Enquanto a sua volta, muito mais que carinhos e apoios, todos que a queriam bem acima de tudo a desejavam que fosse bem-vinda.
Bem-vinda à maturidade.

e parabéns pela coragem...

"...Eu escolho
um homem
que não duvide
de minha coragem
que não
me acredite
inocente
que tenha
a coragem
de me tratar como
uma mulher."

Anais Nin

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A LUA

     Lembranças boas da infância... musiquinhas que cantarolava automaticamente brincando, enquanto ouvia de longe o rádio ou os vinis tocando MPB para os meus pais... enquanto eu estava dentro do meu próprio mundo, do meu "infinito particular"... no tempo em que eu tinha medo de morrer por qualquer motivo...

     Estive com essa música na cabeça a semana inteira...

A Lua

A Lua
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente
Diiiizz!...

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...(2x)

Mente quem diz!
A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente...

Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...(2x)

Mente quem diiiiiz!
A Lua!
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...

Mente quem diz
Que a Lua é velha...(2x)

Mente quem diiiiiz!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

NOSSO ABRIGO VOLUNTÁRIO

      O assunto era "entrar no corpo", digamos assim... e o que foi dito referia-se a um desejo de ultrapassar os poros, adentrar ao corpo alheio, e por lá ficar, pousar, descansar... Me ocorreu então um leve pensamento quanto ao corpo feminino como uma casa. Um local onde abrigamos ocasionalmente um ser (por 9 meses), e voluntariamente um homem... o espaço que damos a um homem por escolha própria, de nossa parte interior mais densa. Onde deixamos que o outro entre para que por lá busque e encontre o nosso melhor. Para que por lá ele relaxe e sinta-se a vontade.
      Seria natural encarar o comentário como um comentário feminino, afinal há que se considerar intensidade e sensibilidade no ponto de vista, e a auto-percepção e designação dos atos de quem promove, como assim ou assado por ter-se consciência plena de como e porquê o faz. Da intenção poética que se tem quando se abre as portas de seu corpo para que o outro entre, tome um chá ou café, sinta-se em casa e diga a que veio. Mas, para surpresa (ou não), havia sido um comentário masculino.Um concentrado devaneio masculino.
     Fez-se então inevitável traçar um pararelo entao entre o comentário (devaneio ou não) e um trecho da Anais Nin (escritora que muito admiro) e mostrar claramente a união entre o pensamento feminino e masculinho desembocando num mesmo núcleo. Numa mesma percepção quanto a um ponto chave. Na mesma concepção de intensidade, abrigo e relaxamento. Por que tem que soar tão incrível?
Segue então...

"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."
Anais Nin

Enfim, sem mais no momento... rss

segunda-feira, 25 de abril de 2011

NOTAS "MADRUGAIS"

      Dizem que da insônia brotam várias idéias boas né? Que há uma espécie de “inspiração noturna” que acomete as mentes pensantes e as levam à uma total exaustão de idéias e criatividade digna de mestres e artistas diversos. Quase um nirvana, um êxtase, um caminho rumo ao ápice de qualquer coisa, geralmente para lugar algum... Bem, no meu caso, sinto-me sem sono e mesmo após 2 chopp’s e alguns desenhos, há uma certa dor de cabeça e ainda assim insisto no Jefferson Airplane – baixinho, claro – à meia-luz, para dar um clima nostálgico e tentar fazer com que o sono chegue.
      Ocorre que, de fato ele não chega. E quanto mais música se escuta, mais sua mente funciona, e mais você quer pensar, mais agitado fica, e a madrugada começa a te rasgar por dentro, num grau de ansiedade que filme algum supre, principalmente se você não é adepto de TV e o controle remoto não lhe inspira muita simpatia...Você para, pensa. Vai até a janela... talvez pense em fumar um cigarro, talvez se pergunte se ainda sobrou um pouco daquele vinho, mas no entanto, o que quer que faça não traz o sono. E a verdade é que, com inspiração ou não, a mente na madrugada realmente trabalha de forma estranha, e as vezes até mesmo surreal, como a idéia caótica de ir até a cozinha com seu traje de zumbi e passar aquele cafezinho as 2 da madrugada – cafeína?? Ah meu bem, desgraça pouca é bobagem...
      O que quer que passe pela mente na madrugada tem às vezes aquele “Q” de novidade e inquietação. Uma vontade de fazer algo novo, de sentar e esperar pela idéia brilhante, pela (novamente) “inspiração noturna”, pelo surreal que sua mente te faz acreditar que vai brotar, quase que naturalmente, e que às vezes brota, às vezes não. Vai depender de se é de fato um artista nato – salve todos, e que trabalhem mais e mais pelas madrugadas! – ou apenas mais um semi-zumbi, que troca o dia pela noite voluntaria ou involuntariamente.
      De qualquer forma, após dias sem dormir de “bate-pronto” você começa a notar que existe sim uma magia na madrugada. Você levanta, vai até a janela, a abre e o que vê é a cidade em silêncio, com poucas luzes acesas. E é tudo tão sereno, lá fora parece tudo tão calmo, tão tranqüilo... com os poucos carros quase que passando acima do chão, planando pelas ruas tão suavemente, que aquele cigarro na sua mão já não faz o menor sentido... e o café perde a razão de ser... e a música acaba sem que você perceba. E do nada, quase que inexplicavelmente o sono vem. E aí, desliga-se o abajour, da-se boa noite a si mesmo, e espere para o próximo turbilhão de inquietação do dia seguinte, porquê sua mente por hoje – friso bem, POR HOJE – cansou. E amanhã deve estar preparada para mais um surto de criatividade e introspecção noturna. Então por hoje, boa noite.

domingo, 24 de abril de 2011

EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA

Achei propício postar esse novamente... não sei por que... rs

EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA

Tirou um dia para embriagar-se como quando jovem, havia um tempo que não fazia isso...
Elegeu-o pensando na temperatura do dia.
Quente... o dia estava realmente quente.
Não devia, mas também não vai morrer por isso, não é mesmo?
Então foi...
Mais uma, mais outra... e mais uma...
A saideira!
Outra... e mais outra... e a última... agora é a última!
E tudo já estava em 3D!
Repensou o exagero: droga, por que?
Porque quis oras!
Não havia combinado consigo mesma desde o início da noite?
Então, encare e siga!
Vamos lá... um passo... mais um passo... mais um...
Putz, nunca foi tão difícil!
Pera lá, também não é tanto... concentre-se...
Mais um passo... mais um... taxi! Viva!
Entra, senta e relaxa... ufa!
Chega em casa... há uma festa acontecendo.
Dá boa noite aos presentes sorrindo.
Mais um passo, mais um...
Tirou o dia para voluntariamente embriagar-se, não?
Saideira com os convidados então, ora veja!
Toma a... sétima? décima? Não importa... toma mais uma saideira.
Desce mal...e de novo se pergunta: Ai droga, por que?
Olha em volta e sorri.
Sem motivo algum, sorri de novo.
Conversa com os presentes, tira os sapatos... sorri mais... gargalha até... solta os cabelos...
Cantarola umas 3 músicas e levanta sem dizer nada.
Vai para o banho e ensaboa-se
Uma vez... outra... mais uma...
Sai e cai na cama de short... convenhamos, tornou-se impossível achar uma blusa no escuro!
Dorme.
Acorda tarde, a cabeça pesa.
Levanta, se olha no espelho... olheiras...
Se pergunta sóbria: merda, pra que?
Porque quis, ora pois.
Porque quis.
Elegeu um dia para exagerar, então... missão cumprida!
Toma outro banho e desce pro previsível café-da-manhã:
Água e análgesico.
Enquanto se senta no sofá sorri internamente, achando graça de si mesma.
Sacode os cabelos molhados,manda o analgésico pra dentro e comenta com um sorriso no canto dos lábios, olhando nos olhos do cachorro:
_ é... realmente, sinto que já estou velha demais para isso...
E por algum motivo, sente que o cachorro ao encará-la sério e disciplinado, pensa silenciosamente:
_ concordo, está mesmo...

: )

segunda-feira, 18 de abril de 2011

COLORINDO MANDALAS

Para quem ainda não tinha lido...

COLORINDO MANDALAS
Senta, respira e balança os cabelos.
Dá uma olhada ao redor...
Deixa cair a alça do vestido
Pensa, e respira de novo.

Parece inquieta.
Dobra as pernas, desdobra, pensa mais
E respira.
Fundo... respira fundo novamente.

Prende e solta os cabelos,
Balança... procura com as mãos algo entre eles
Na cabeça, na mente,
Nos pensamentos.

Olha em volta, suspende o vestido
O deixa voar...
Voam e balançam o vestido, os cabelos, e os pensamentos... é até suavemente sensual...
Diminui o ventilador e volta pro lugar.

Então senta e respira novamente.
Desta vez não pensa em mais nada...
Ouve música com atenção enquanto colore mandalas na cama calmamente.
Enquanto não pensa, sente-se mais relaxada...e conclui assim então
Que pensar, cara... lhe esgota a alma.


 - Florbela Espanca : “...O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades… sei lá de quê!”

sexta-feira, 15 de abril de 2011

HOMENS-MENINOS, MULHERES CAPETAS...

     Particularmente gosto de ser mulher. Posso dizer que na verdade, gosto muito. Me aceito e respeito como tal. Mas os homens... são para mim encantadores... e mais que isso... me encanta a fragilidade masculina... principalmente dos que se armam de rocha para lutarem com o mundo...doces meninos vestidos de homens, com suas barbas suaves, e suas rugas preocupadas nas testas. Na busca pelo eterno colo quando se desarmam, derretendo-se sutilmente às mais contidas manifestações de carinho femininas. Inconscientemente vulneráveis à presença e atitudes das mulheres... e segue, leve trecho que gosto muito do livro Mulheres, de Bukowski:

"... gostava das cores de suas roupas; do jeito delas andarem; da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura ..." 

     Charles Bukowski hein? Quem diria... o homem, o escritor, o bêbado, a rocha... levemente vulnerável... encatadoramente frágil... devia estar bêbado quando se desarmou e escreveu isto... rs

quarta-feira, 13 de abril de 2011

IMERGINDO VOLUNTARIAMENTE...

Imergir: Afundar, mergulhar, meter na água ou noutro líquido: Imergiu o corpo na banheira... Considerando-se a sensação relaxante que se tem quando imergimos ao fundo da água, ao silêncio profundo que nos envolve, e a lembrança confortante do útero como núcleo mais seguro entre todos, podemos considerar que voluntariamente desejaremos nos afundar... para sumir dos lugares... para buscar nosso Eu... para desaparecer do mundo... exatamente assim, voluntariamente... onde nos alcançam apenas nossos pensamentos e eventuais devaneios...

Sejam bem-vindos a voluntariamente imergirem, e sentir-se a vontade...